Esse texto foi escrito em 2012, logo que cheguei a Buenos Aires. Foi a minha primeira impressão da cidade.
A princípio, td me pareceu diferente demais. Começando pelo frio de matar. Depois, pelo cinza. Tudo é muito cinza, o que não faz da cidade nem um tico menos bonita nos dias nublados.
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Tudo cinza! |
Todos os lugares por onde você anda, tem alguma coisa interessante de se olhar. É uma cidade pra se caminhar sempre, e não esqueça de olhar pra cima. Os prédios, as construções.
Aqui perto de casa, na Av Santa Fé, tem um prédio residencial, e bem no topo, tem um totem, um rosto, uma espécie de carranca (necesito sacar una foto!). Se eu não andasse olhando pra cima, perderia esse detalhe, e os passeios não seriam tão legais.
A cidade é linda. Não é sempre cinza. Não é depressiva. Na verdade, tudo parece ter muita vida, apesar dos porteños serem bem mais sérios do que os brasileiros. Mas, se abraçam mais. Acostume-se a ver os homens se abraçando e dando beijo no rosto um do outro quando se cumprimentam.
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Casa Rosada |
Os prédio são muitos antigos. São misturas de diferentes estilos de arquitetura. É comum ver um prédio de vidro super moderno ao lado de um prédio bem velhinho, bem conservado, cheio de arabescos. As portarias são quase todas iguais: grandes portas, vidros grossos, maçanetas gigantescas douradas, e sempre muito pesadas. Embaixo dos prédios antigos tem os comércios, lojas, cafés, cafés e mais cafés! No começo era bem horrível, mas já me acostumei ao "chafé" servido pelos porteños.
Outra coisa bem legal é a Casa Rosada a noite, que fica toda roxa e rosa. Em frente, sempre uns cartazes, e uma grades. A polícia monta quando tem os famosos cacerolazos (muito frequentes), assim o povo fica numa distância segura da Casa do governo.
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Colectivo de BsAs: cada um com uma decoração diferente |
Pra mim, BsAs é meio retrô, e cheia de contrastes. No meio de cafés e livrarias, se conservam as arquiteturas antigas. No meio de tanta gente usando bicicleta pra trabalhar, uns coletivos absurdamente diferentes e velhos (certa vez tomei um coletivo onde tinha um painel enorme com os machadinhos do TheWall e um relógio com o prisma do Pink Floyd). Máquinas pra recarregar o celular, o cartão Sube (tipo um bilhete único), ou até pagar contas, tudo dentro dos famosos kioscos, onde se vende de tudo um pouco: desde chocolate até cerveja. É uma banca de jornal sem revista. E o melhor é que cada dia, percebo uma coisa meio maluca pra mim, e me faz gostar mais daqui.
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